sábado, 4 de agosto de 2012

Olimpíadas (primeira semana)



   E eis que surge o primeiro post sobre o basquete olímpico. Não sei o que vocês têm achado até agora, mas eu tenho gostado bastante. O torneio tem tido um pouco de tudo, com resultados previsíveis, surpreendentes, recordes, jogadas fantásticas e bizarras.

   Agora a fase de grupos está acabando (cada seleção só tem mais um jogo), e a situação é a seguinte:

Grupo A:

USA - 4 v (+162 pt)
ARG - 3 v (+53 pt)
FRA - 3 v (-8 pt)
LIT   - 1 v (-17 pt)
NIG  - 1 v (-112 pt)
TUN - 0 v (-78 pt)

   Os 4 primeiros de cada grupo se classificam. Nosso interesse nesse grupo é, especialmente, a seleção americana, claro. Franca favorita ao ouro, colocou uma pulga na orelha de todo mundo ao ficar atrás no jogo contra a Lituânia hoje, a 5 minutos do fim de jogo. Porém, viraram a partida (Lebron James jogou muito no 4o quarto, e foi cestinha da equipe junto com Carmelo Anthony) e continuam invictos.

   O jogo da última rodada, contra a Argentina, promete ser um jogão. Os hermanos com certeza se animaram com a partida americana hoje (e também com o amistoso que fizeram contra eles, muito apertado), e vão com confiança. Porém, se der a lógica e os USA vencerem, aí a Argentina deve ficar mesmo em 3o lugar.

   Pra terminar de falar dos nossos vizinhos: eles têm o cestinha da Olimpíada (Scola, 22.5 ppj) e também o 3o cestinha (Ginobili, 21 ppj), que aliás é também o grande ladrão de bolas do torneio até agora. Ah, e Scola é também o atleta que mais recebe faltas em Londres.

   Os destaques americanos têm sido Carmelo Anthony e Kevin Durant. Mas vários jogadores também têm se saído bem, como Kevin Love, Russell Westbrook, Chris Paul e Deron Williams.


Melo, MVP?

   Pra terminar a análise da equipe americana, não posso deixar de mencionar a histórica partida contra a Nigéria, 156 x 73. Isso mesmo, incríveis 83 pontos de vantagem, recorde olímpico. Os 156 pontos também são recorde, desbancando os 138 do Brasil em Seul. A equipe acertou 29 cestas da linha dos 3 (!), sendo que Carmelo Anthony, grande destaque do jogo, acertou 10 de 12 arremessos de longe. Ele terminou a partida com 37 pontos, com apenas 14 minutos em quadra (esse é o recorde de pontos de um jogador dos Estados Unidos em Olimpíada, superando Marbury em 2004). Uma partida para entrar na história, com certeza.



Grupo B:

RUS - 4 v (+43 pt)
BRA - 3 v (+47 pt)
ESP  - 3 v (+26 pt)
AUS - 2 v (+35 pt)
GBR - 0 v (-57 pt)
CHI  - 0 v (-94 pt)

   Nesse grupo, o nosso interesse é, obviamente, a China. Ops, quero dizer, o Brasil. A equipe brazuca, tirando o atraso de 16 anos sem ir aos jogos, apresentou um bom basquete nos amistosos de preparação. Porém apesar da boa campanha olímpica, o time tem alternado bons e maus (muito) momentos. As 2 vitórias iniciais, contra Austrália e Grã-Bretanha foram muito mais difíceis do que deveriam ser, e deixaram todo mundo preocupado. 

   Curiosamente, o jogo seguinte, a sofrida derrota no último lance para a Rússia, foi, na minha opinião, o jogo que o Brasil esteve melhor até aquele momento. Demonstrou poder de reação, e perdeu por essas coisas do basquete (2 lances livres no finzinho perdidos pelo Larry Taylor, que estava estraçalhando o jogo; último tempo gasto pelo Magnano; arremessos bizarros de Marcelinho Machado, etc.).

   A partida de hoje, contra a China, nem conta muito. A equipe chinesa é bem ruim, e levou a sua maior surra das Olimpídas (39 pontos de diferença). Mas o importante é que o Brasil jogou muito bem, focado, e tem que levar essa atitude para o jogo contra a Espanha.

   No geral, o que tem prejudicado o Brasil é o ataque. A defesa tem ido muito bem, mas em alguns momentos parece que o ataque: a) não se movimenta o suficiente, ou b) erra muitos arremessos livres, próximos à cesta; nosso aproveitamento de 3 e de lance livre tem sido preocupante.

   A Espanha era considerada, antes do início do torneio, a grande favorita à prata. Depois do sufoco contra a Grã-Bretanha (1 ponto de diferença), esse favoritismo começou a gerar suspeitas. Depois da derrota de hoje pra Rússia, acabou. O grupo está aberto, e qualquer um dos 3 países que estão no topo poderiam ter conquistado o primeiro posto. 
 
   Na atual situação, tudo indica que os russos ficarão soberanos no grupo, e devem pegar a Lituânia nas 4as. Brasil e Espanha fazem o duelo que vale o 2o posto. O curioso desse duelo é que a equipe que ganhar (será 2a colocada) pegará provavelmente a Argentina, time duro, e, se passar, pega os Estados Unidos, que acabarão com a Austrália. Já o perdedor do duelo, que passará em 3o, pegará o forte time da França, mas, se passar, pegaria provavelmente a Rússia. Pedreira, mas de menores proporções.


Huertas, o salvador da pátria

    Os destaques do Brasil têm sido Marcelinho Huertas, Marcelinho Huertas e Marcelinho Huertas. Hehehe, exageros à parte, Huertas tem sido um monstro, está sendo considerado o melhor armador do mundo fora da NBA. Recebe elogios a cada jogo de toda a imprensa mundial. Fora ele, quem tem se destacado é o Varejão, o Splitter (vai treinar lance livre, rapaz) e o Nenê. O Leandrinho tem sido nosso cestinha, mas seu "Q.I. basquetebolístico" tem deixado a todos de cabelo em pé.


Alguns stats

    Já que todo mundo que acompanha basquete é louco por elas (não, não estou falando das cheerleaders olímpicas, e sim das estatísticas). São todas médias por jogo, e no caso de empate, coloquei o jogador que conseguiu a média com menos minutos:

Pontuação:
Scola (ARG):     22.5
Mills (AUS):      22.0
Ginobili (ARG): 21.0

Rebotes:
Mejri (TUN):  9.5
Diogu (NIG):  9.5
Yi (CHI):        9.3

Assistências:
Shved (RUS):        6.3
Huertas (BRA):     6.3
Jasikevicius (LIT): 6.0

Tocos:
Mejri (TUN):   3.3
Yi (CHI):         2.0
Batum (FRA): 1.8

Roubos de bola:
Ginobili (ARG): 2.5
Nielsen (AUS):  2.3
Paul (USA):       2.0


Palpites

   Vamos brincar de quebrar a cara? Então vamos, palpites para a rodada de 2a feira. Acredito que os classificados do grupo, na ordem, serão:

Grupo A: USA, França, Argentina e Lituânia.

Grupo B: Rússia, Brasil, Espanha e Austrália. 

Coloquei logo o Brasil ganhando da Espanha, o que custa sonhar, né? Com isso, os cruzamentos seriam:

USA x Austrália, França x Espanha, Brasil x Argentina, Rússia x Lituânia. Num cenário perfeito, imagino o Brasil disputando o bronze contra a França, enquanto Estados Unidos e Rússia fazem uma final old-school, ou seja, à moda antiga. Seria um final bonito para um torneio, até aqui, muito agradável de acompanhar.

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