domingo, 15 de maio de 2011

E chegamos às finais de conferência...

Estamos lá!

Sou só eu ou essa pós-temporada está voando? Pode ser também pelo fato não termos tido nenhum jogo 7 no leste, e só esse de hoje no oeste. Mas enfim, as coisas estão começando a se definir, e, para surpresa de quase todo mundo, nenhum dos 4 finalistas esteve nessa posição no ano passado.

Vamos falar primeiro do jogo que ocorreu de hoje à tarde: Oklahoma City 105 x 90 Memphis. Ou, como eu li hoje alguém comentando no Orkut: a carruagem virou abóbora. O sonho da torcida de Memphis, que enfim acordou (os Grizzlies ficaram estão entre as 2 últimas franquias em público desde 2007, e entre as 5 últimas desde 99, com exceção de 2005), acabou.

Ooww, man!!

Foi bem divertido ver a trajetória dos Grizzlies, espantando todo mundo e só caindo em um jogo 7 fora de casa. E ainda assim, sabendo que esteve perto, naquele jogo 4 épico que mencionei em outro post. Mesmo assim, estão de parabéns os jogadores e o técnico Lionel Hollins. Esperemos que ano que vem o time venha ainda mais forte. Zach Randolph, Marc Gasol e Mike Conley já serão encarados de outra forma ano que vem pelos oponentes, com certeza.

E quem está ainda mais de parabéns são os de Oklahoma. Final da conferência, num ano em que foram apontados como um dos potenciais finalistas na pré-temporada, e depois demolidos dessa posição pelo fraco início. Na verdade, o time passou grande parte do campeonato patinando entre a 4a e a 6a posição. Mas agora nos playoffs o time parece ter se acertado, juntamente com a chegada dos reforços do Boston (Perkins e Robinson).

Ele tem altura, envergadura e agilidade. Como pará-lo?

Kevin Durant continua uma máquina de marcar pontos, desde o ano passado. Foi novamente cestinha da NBA, está disputando com Derrick Rose a liderança entre os pontuadores da pós-temporada. Mesmo quando não está num dia inspirado, jogando bem ou com alto índice de aproveitamento, seu volume de jogo faz com que consiga fazer pelo menos seus 20 pontos, deixando o resto do trabalho pro Russell Westbrook. Nesse ponto me lembra um pouco o Carmelo Anthony, nos tempos do Denver. A diferença é que Melo não tinha alguém pra dar um help; chegou a ter brevemente o Iverson, mas a combinação nunca funcionou, mesmo contando com o Marcus Camby, na época defensor do ano.

Hoje o "Durantula" fez mais 39 pontos, pra somar com os 9 rebotes e 3 tocos. Foi a quarta maior pontuação para um novato em um jogo 7 (o líder é Dominique Wilkins, com 47 pontos em 1988, contra os Celtics). Seu companheiro de batalha também teve uma noite de gala: triple-double pro Westbrook, 14 pontos, 10 rebotes e 14 assistências (seu recorde em playoffs), além de 1 toco. A última vez que um jogador teve um triple-double em um jogo 7 foi Scottie Pippen, bota tempo nisso. E a última vez que um jogador do Thunder conseguiu um triple-double na pós-temporada foi Gary Payton, quando ainda eram os Seattle Supersonics.

Westbrook em noite de gala

Quem também teve uma ótima partida foi James Harden e sua barba: 17 pontos, 4 rebotes, 4 roubos de bola e 3 assistências, com apenas um turnover. Tudo isso em 31 minutos, vindo do banco.

Agora teremos a final do oeste entre Dallas e Oklahoma City, com vantagem de quadra do Dallas. Além disso, o Dallas vem de um longo descanso, enquanto Oklahoma vem de 7 difíceis embates. É o velho embate de gerações: dos 4 times ainda vivos, apenas um é da "velha geração", o Dallas de Dirk Nowitzki, Jason Kidd, Shawn Marion e Jason Terry (todos com 32 anos ou mais). O restante é molecada querendo mostrar o seu valor, seja no Heat, Bulls ou Thunder.

Festa em Oklahoma! A equipe agora pega o Dallas na final da conferência

Vai ser uma série bem disputada, e acho que poderíamos também ir a um jogo 7. Espero bastante equilíbrio, com uma levíssima vantagem pros Mavericks.

Agora, vamos ao leste. Final iniciada, Chicago 1x0 Miami. Ou melhor, 103 x 82. Chicago tornou o jogo fácil dominando os rebotes o jogo todo. Nos dois primeiros quartos a equipe estava um tanto nervosa, cometendo alguns turnovers fáceis, e com dificuldade para efetuar o jogo de transição. Rose cometeu três turnovers logo no início, e foi um pouco para o banco. Com isso, o percentual de aproveitamento do time ficou bem abaixo do percentual do Heat, mas ainda assim o jogo estava parelho. Tanto que as equipes foram para o vestiário empatadas em 48.

Boozer mantendo Anthony afastado. Rebotes fizeram a diferença

No segundo tempo, tudo mudou para os Bulls. Com os arremessos um pouco mais calibrados, especialmente de Derrick Rose (28 pontos e 6 assistências) e Luol Deng (7 de 15, sendo 4 de 6 da linha dos três) e a continuação do predomínio nos rebotes, a equipe conseguiu se desgarrar um pouco. Enquanto isso, pelo lado de Miami, apenas Bosh (30 pontos, 9 rebotes) conseguia desenvolver bem seu jogo. O aproveitamento de arremesso do time esteve até bom, mas quando você arremessa 68 bolas e seu adversário 87, a coisa complica. Foram 31 pontos de segunda chance dos Bulls, contra apenas 8 do Heat. E quando sua principal estrela não está num dia tão bom (Lebron James, 5-15 nos arremessos, 1-3 nos de três, 4 turnovers, 2 vezes bloqueado), a coisa fica ainda mais complicada.

Rose marca mesmo cercado por 3

No segundo tempo os Bulls estavam muito mais motivados, aguerridos, enquanto Miami ia se mostrando cansado. A platéia jogou junto com o time, claro, e Boozer, Noah e Gibson também ajudaram muito a Rose e Deng no placar. Gibson, aliás, que junto a seus 9 pontos, 7 rebotes e 2 tocos deu as duas grandes enterrada do jogo: uma no final do segundo quarto, de duas mãos, posterizando Wade; e outra nos minutos finais do 4o quarto, um gancho absurdo, levando banco e torcida à loucura. Foi o final perfeito para os Bulls, que conseguem uma vitória de respeito em seus domínios para iniciar essa final de conferência.

A enterrada do jogo, by Taj Gibson

O técnico Erik Spoelstra tem bastante trabalho para o jogo 2, quarta-feira. Rever com o grupo o tape do jogo, ver onde o time errou, tentar corrigir posicionamento no garrafão; aliás, esse é o tipo de trabalho que o técnico do Heat gosta. Já Tom Thibodeau, além de estar feliz com a ótima performance do time no jogo de hoje, deve manter a pegada lá em cima, sem relaxar (além de pensar do que esse time seria capaz se tivesse um shooting guard de verdade).

Festa em Chicago depois da boa vitória no jogo 1

Bom, foi um ótimo jogo pra abrir as finais de conferência. Agora, a expectativa é para abertura da final do oeste, na terça-feira, e para o jogo 2 do leste, na quarta. Até lá!

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