sábado, 2 de abril de 2011

Redução de Times

                                               Não seriam times demais?

Resolvi falar hoje sobre um tema polêmico: a redução do número de times na NBA. Esse assunto já foi levantado vários vezes nos Estados Unidos, e até o Lebron James falou sobre isso nessa temporada, dando a mesma justificativa dos que são pró-redução: o excesso do número de times deixa a NBA mais "aguada", "sem sal".

Como sabemos, desde a temporada 2004-2005 a temporada tem 30 times, 15 em cada conferência. Entre as temporadas 95-96 e 2003-2004, teve 29 times. De 89-90 a 94-95, teve 27 e na temporada 88-89 teve 25. Antes disso, teve 23 por um bom tempo.

A justificativa dos que são contra a redução é de que ela não é necessária, pois a população americana aumentou bastante nos últimos 25 anos, fazendo com que mais pessoas em mais cidadesse interessem pelo esporte. Além disso, numa população maior, é normal que mais atletas talentosos surjam, fazendo com que não faltem "craques" em nenhuma equipe. Além disso, argumentam que a diminuição seria economicamente impossível, pois a NBA e as emissoras de tv que transmitem os jogos não aceitariam ter seus lucros diminuídos.

Os que defendem a redução alegam que o nível dos jogos, e consequentemente da liga, aumentariam bastante com a diminuição do número de times. Seguem aquela máxima de que a melhor forma de você estragar algo bom é aumentando desnecessariamente a quantidade de envolvidos (a famosa máxima do "vamos botar água no feijão", ou o "água no chopp"). E dizem que ninguém precisa ter seus lucros diminuídos: a NBA poderia manter seu lucro através do aumento dos seus contratos (pois estaria oferecendo um produto melhor, mais selecionado). E os jogos, mais carregados de estrelas, tenderiam a ter uma maior audiência na TV, mantendo o lucro das emissoras (um jogo que tem Lebron x Kobe, por exemplo, tem mais audiência do que um jogo de times mais fracos).

Eu estou do lado dos que são favoráveis à diminuição, pelos motivos citados acima, e pelo exemplo que darei abaixo. Não consigo deixar de imaginar como seria uma NBA mais "carregada" de atletas brilhantes do que é hoje me dia. Outro que defende a redução, embora duvide que ela aconteça durante o comando do David Stern, é o Bill Simmons, excelente jornalista americano da ESPN, incrivelmente engraçado e apaixonado por basquete (aliás, ele escreveu o "The book of basketball", excelente leitura, que outro dia comentarei por aqui).

Só pra fazer um exercício de suposição, vamos considerar que um bom número de times fosse 26, 13 por conferência. Seriam 4 times a menos, e 48 jogadores (considerando apenas os 5 titulares e 7 reservas). Caso a NBA tomasse essa medida (que também considero altamente improvável), teriam 2 questões a decidir: quais clubes seria extintos, e o que fazer com esses 48 jogadores.

Nessa minha brincadeira, vamos considerar que times que foram campeões da NBA ou campeões de conferência estariam fora do risco da extinção. Dentre os que restaram, o mais lógico seria extinguir os 4 que tem atraído menos público nos últimos anos (10, por exemplo). E os jogadores deles poderiam ser calados num "draft de dispersão", como já foi feito outras vezes pela liga. Por ser um draft de proporções exageradas (4 times, mais o draft normal), poderia levar em consideração a posição dos times nos últimos 5 anos, sem precisar de lottery. Obviamente, os anos mais recentes teriam peso maior, de 5 pra 1, por exemplo.

Com isso, teríamos os seguintes times com pior público nos últimos 10 anos (excluindo os campeões de conferência):

1 - Memphis Grizzlies
2 - Minnesota Timberwolves
3 - Charlotte Bobcats
4 - New Orleans Hornets
5 - Washington Wizards

Assim, os Wizards escapariam por pouco da degola, e os outros 4 deixariam de existir. Seus 48 jogadores cairiam num draft de dispersão (anterior ao draft normal) formado pelos times de pior desempenho nos últimos 5 anos, com peso 5 para o ano mais recente, 4 para o anterior, e assim sucessivamente. Seriam eles (contando a posição de 29/03/11 para o ano atual)...

Sacramento, Washington, New Jersey, Clippers, Golden State, Toronto, New York, Milwalkee, pra citar apenas 8.

Agora, imaginem como ficaria disputada uma NBA onde o Sacramento Kings contasse, por exemplo, com a adição de um Chris Paul, pra armar jogo com Tyreke Evans para o Casspi e o Cousins. Boa subida de nível no time, certo? E um Washington Wizards com Kevin Love pra fazer garrafão junto com JaValle McGee, sob a batuta de um John Wall? E os Nets com o gordinho Randolph fazendo dupla com o Lopez, recebendo bolas do Williams? Outro nível, né? Assim como os Clippers com Marc Gasol, Golden State com Okafor, Toronto com David West, New York com Rudy Gay, Milwalkee com Beasley, etc. etc.

E ainda teríamos Tony Allen e sua ótima defesa, Trevor Ariza, Stephen Jackson e diversos outros jogadores que poderiam ser titulares ou pelo menos bons reservas em qualquer time. Na minha opinião, o nível da liga subiria substancialmente, e a maioria das partidas teria um nível de interesse bem maior.

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